segunda-feira, 4 de março de 2013
Ao ser engolido vivo por aquele ser de forma colossal me encontro numa atmosfera negra, úmida e viscosa.
No bolso um isqueiro verde limão, lembrei dele por velo brilhar... Na escuridão, agora então, um pouco iluminada com uma pequena fagulha de esperança, vejo velhos, adultos e muito mais crianças do que possa imaginar...
Num lugar onde o medo parece amenizar dentro de mim lá no fundo... Longe até do alcance da visão, vejo a solidão iluminada por um abajur velho caindo aos pedaços...
De joelhos alguém com cabeça baixa, talvez arrematada pela falta de luz.
Passo a passo tento me aproximar sem causar mais espanto que o que escorregava dos meus lábios ao pronunciar: Amor?
A fera em fim abre sua bocarra me segando e mostrando então aquele universo excêntrico... Os seres que ali habitavam não tinham olhos, não sei como, mas o lugar dos seus olhos era vazado... Exceto a criatura que até então pronunciaria a única Palavra...
Ela tinha os olhos vendados e mais tarde ela me explicou que foi a forma que achou pra sobreviver em meio a tanta escuridão.
Ao meu convite, desvendou um dos olhos e agora sim eu pude ver seu lindo olho azul turquesa e com clareza vi uma imensidão de rios vermelhos e monumentos rochosos com textura semelhante a chocolate, vi também aves, ou seria abacates?
Me senti envolvido ao respirar aquele ar adocicado, existiam frutos bem salgados... Cocha de frango!
Sabia que não duraria muito e assim foi quando me aproximei do precipício e quase fico preso entre a mandíbula da Coisa que voltava a serrar deixando assim na memória todas aquelas imagens rapidamente envolvidas na treva suave do seu estomago... Eu e meu isqueiro, Ela e seu abajur... Envoltos de: NADA.
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Um comentário:
você com você mesmo.
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